Announcing: BahaiPrayers.net


More Books by Cartas

A Pascual Chávez Villanueva (1 Março 2008)
Ao Padre Peter-Hans Kolvenbach (10 Janeiro 2008)
Ao Patriarca Ignace Pierre VIII Abdel-Ahad(25 Janeiro 2008)
Carde Renato Raffaele Martino - 10 Abril 2008
Ao Bispo Hugo Aufderbeck (28 Setembro 1978)
Ao Cardeal Joseph Ratzinger (1 Setembro 1978)
Por ocasiao do 85º Katholikentag Alemao (17 Setembro 1978)
Aos Anciaos - 1 Outubro 1999
Aos Artistas - 4 Abril 1999
es Crianças - 13 Dezembro 1994
es Familias - 2 Fevereiro 1994
es Mulheres - 29 Junho 1995
Litterae Encycliae - Por ocasiao do Ano Mariano
Il Tempio Massimo (2 Julho 1962)
L'ottobre che ci sta innanzi - Ao Card. Clemente Micara (28 Setembro 1960)
Mirabilis ille - Aos Bispos que participam na Segunda Sessao do Concílio Ecuménico (6 Janeiro 1963)
Omnes Sane - Aos Bispos participam na Primeira Sessao do Concílio Ecuménico (15 Abril 1962)
Free Interfaith Software

Web - Windows - iPhone








Cartas : A Pascual Chávez Villanueva (1 Março 2008)
MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
POR OCASIÃO DO INÍCIO DO XXVI CAPÍTULO GERAL
DOS SALESIANOS DE DOM BOSCO

Ao Rev. Senhor Pe. Pascual Chávez Villanueva, S.D.B.

Reitor-Mor dos Salesianos de Dom Bosco

1. É-me particularmente grato transmitir a minha cordial saudação ao senhor e aos participantes no XXVI Capítulo Geral, que constitui um momento de graça na vida desta Congregação, já presente em todos os continentes. Nele são chamados a confrontar-se a riqueza e a diversidade das experiências, das culturas e das expectativas dos Salesianos comprometidos em múltiplas actividades apostólicas e desejosos de tornar cada vez mais eficaz o seu serviço na Igreja. O carisma de Dom Bosco constitui uma dádiva do Espírito para todo o Povo de Deus, mas somente na escuta dócil e na disponibilidade à acção divina é possível interpretá-lo e torná-lo, inclusive neste nosso tempo, actual e fecundo. O Espírito Santo, que no Pentecostes desceu abundantemente sobre a Igreja nascente, continua como vento a soprar onde quer, como fogo a derreter o gelo do egoísmo, como água a irrigar aquilo que é árido. Derramando sobre os Capitulares a abundância dos seus dons, Ele alcançará o coração dos irmãos de hábito, fazendo-os arder com o seu amor, inflamando-os com o desejo de santidade, impelindo-os a abrir-se à conversão e revigorando-os na sua audácia apostólica.

2. Os filhos de Dom Bosco pertencem à numerosa plêiade daqueles discípulos que Cristo consagrou a si por meio do seu Espírito com um especial gesto de amor. Ele reservou-os para si; por isso, o primado de Deus e da sua iniciativa deve resplandecer no seu testemunho. Quando renunciamos a tudo para seguir o Senhor, quando lhe oferecemos o que temos de mais precioso, enfrentando todos os sacrifícios, então não nos devemos surpreender se, como aconteceu com o Mestre divino, nos tornamos "sinais de contradição", porque o modo de pensar e de viver da pessoa consagrada acaba por estar muitas vezes em contraste com a lógica do mundo. Na realidade, isto é motivo de alívio, porque dá testemunho do facto de que o seu estilo de vida é alternativo em relação à cultura do tempo e nela pode desempenhar uma função de certa forma profética. Porém, em vista desta finalidade é necessário vigiar sobre as possíveis influências do secularismo para se defender e poder assim prosseguir ao longo do caminho empreendido com determinação, ultrapassando um "modelo liberal" de vida consagrada e levando uma existência inteiramente centrada no primado do amor a Deus e ao próximo.

3. O tema escolhido para este Capítulo Geral é o mesmo programa de vida espiritual e apostólica que Dom Bosco fez seu: "Da mihi animas, cetera tolle". Nele está encerrada toda a personalidade do grande Santo: uma profunda espiritualidade, o empreendimento criativo, o dinamismo apostólico, a laboriosidade incansável, a audácia pastoral e sobretudo a sua consagração incondicional a Deus e aos jovens. Ele foi um santo que teve uma única paixão, "a glória de Deus e a salvação das almas". É de importância vital que cada Salesiano se inspire continuamente em Dom Bosco, que o conheça, estude, ame, imite, invoque e faça própria a sua paixão apostólica, que jorra do Coração de Cristo. Tal paixão é capacidade de se entregar, de se apaixonar pelas almas, de sofrer por amor, de aceitar com serenidade e alegria as exigências quotidianas e as renúncias da vida apostólica. O mote "Da mihi animas, cetera tolle" expressa em síntese a mística e a ascética do Salesiano. Não pode existir uma mística ardente, sem uma ascese robusta que a sustente; e vice-versa, ninguém está disposto a pagar um preço elevado e exigente, se antes não descobriu um tesouro fascinante e inestimável. Numa época de fragmentação e de fragilidade como a nossa, é necessário superar a dispersão do activismo e cultivar a unidade da vida espiritual através da aquisição de uma mística profunda e de uma ascética sólida. Isto alimenta o compromisso apostólico e é garantia de eficácia pastoral. Nisto deve consistir o caminho de santidade de todos os Salesianos, e sobre isto deve concentrar-se a formação das novas vocações à vida consagrada salesiana. A lectio divina e a Eucaristia, vividas diariamente, são luz e força da vida espiritual do Salesiano consagrado. Ele deve alimentar o seu dia com a escuta e a meditação da Palavra de Deus, ajudando inclusive os jovens e os fiéis leigos a valorizá-la na sua vida quotidiana e esforçando-se em seguida por traduzir em testemunho aquilo que é indicado pela Palavra. "A Eucaristia arrasta-nos no acto oblativo de Jesus. Não é só de modo estático que recebemos o Logos encarnado, mas ficamos envolvidos também na dinâmica da sua doação" (Encíclica Deus caritas est, 13). Conduzir uma vida simples, pobre, sóbria, essencial e austera: isto ajudará os Salesianos a fortalecer a sua resposta vocacional; diante dos riscos e das ameaças da mediocridade e do aburguesamento, isto levá-los-á a estar mais próximos dos necessitados e dos marginalizados.

4. A exemplo do seu amado Fundador, os Salesianos devem arder de paixão apostólica. A Igreja universal e as Igrejas particulares em que estão inseridos esperam deles uma presença caracterizada por um impulso pastoral e por um audaz zelo evangelizador. As Exortações Apostólicas pós-sinodais relativas à evangelização nos vários continentes poderão servir-lhes de estímulo e de orientação para realizar nos diversos contextos uma evangelização inculturada. A recente Nota doutrinal acerca de alguns aspectos da evangelização pode ajudá-los a aprofundar o modo de comunicar a todos, especialmente aos jovens mais pobres, a riqueza dos dons do Evangelho. A evangelização seja a fronteira principal e prioritária da sua missão nos dias de hoje. Ela apresenta compromissos multifacetados, desafios urgentes e campos de acção vastos, mas a sua tarefa fundamental consiste em propor a todos que levem uma existência humana como Jesus a viveu. Nas situações plurirreligiosas e também nas secularizadas é necessário encontrar caminhos inéditos para fazer conhecer, de modo especial aos jovens, a figura de Jesus, a fim de que compreendam a sua fascinação perene. Por conseguinte, na sua acção apostólica deve ser fulcral o anúncio de Jesus Cristo e do seu Evangelho, juntamente com o apelo à conversão, ao acolhimento da fé e à inserção na Igreja; além disso, daqui nascem os caminhos de fé e de catequese, a vida litúrgica e o testemunho da caridade diligente. O seu carisma coloca-os na situação privilegiada de poder valorizar a contribuição da educação no campo da evangelização dos jovens. Efectivamente, sem educação não existe evangelização duradoura e profunda, não há crescimento nem maturação, não se verifica uma mudança de mentalidade e de cultura. Os jovens nutrem desejos profundos de vida plena, de amor autêntico e de liberdade construtiva; contudo, muitas vezes infelizmente as suas expectativas são atraiçoadas e não chegam a realizar-se. É indispensável ajudar os jovens a valorizar os recursos que têm dentro de si mesmos como dinamismo e desejo positivo; colocá-los em contacto com propostas ricas de humanidade e de valores evangélicos; animá-los a inserir-se na sociedade como uma parte activa através do trabalho, da participação e do compromisso em prol do bem comum. Isto exige daqueles que os orientam, a ampliação do compromiso educativo, com atenção às novas pobrezas juvenis, à educação superior e à imigração; além disso, requer que se preste atenção à família e ao seu envolvimento. A propósito deste aspecto tão importante pude reflectir na Carta acerca da urgência educativa, que recentemente dirigi aos fiéis de Roma e que agora, idealmente, entrego a todos os Salesianos.

5. Desde a origem, a Congregação salesiana empenhou-se na evangelização em várias regiões do mundo: da Patagónia e da América Latina à Ásia e à Oceânia, à África e a Madagáscar. Num período em que na Europa as vocações diminuem e os desafios da evangelização aumentam, a Congregação salesiana deve estar atenta a revigorar a proposta cristã, a presença da Igreja e o carisma de Dom Bosco neste continente. Assim como foi generosa a Europa enviando numerosos missionários ao mundo inteiro, agora também toda a Congregação, fazendo apelo especialmente às regiões ricas de vocações, esteja disposta no que se lhe refere. Para prolongar no tempo a missão entre os jovens, o Espírito Santo levou Dom Bosco a dar vida a várias forças apostólicas animadas pelo mesmo espírito e irmanadas pelo mesmo compromisso. Com efeito, as tarefas da evangelização e da educação exigem numerosas contribuições, que saibam agir em sinergia umas com as outras; por este motivo, os Salesianos empenharam nesta obra um elevado número de leigos, famílias e jovens, despertando entre eles vocações apostólicas que conservem vivo e fecundo o carisma de Dom Bosco. É preciso propor a estes mesmos jovens o fascínio da vida consagrada, a radicalidade da sequela de Cristo obediente, pobre e puro, o primado de Deus e do Espírito, a vida fraterna em comunidade, a dedicação total pela missão. Os jovens são sensíveis a propostas de compromisso exigente, mas têm necessidade de testemunhas e de guias que saibam acompanhá-los na descoberta e no acolhimento deste dom. Neste contexto, sei que a Congregação está a dedicar uma atenção especial à vocação do Salesiano coadjutor, sem a qual ela perderia a fisionomia que Dom Bosco desejou incutir-lhe. Sem dúvida, trata-se de uma vocação não fácil, que deve ser discernida e acolhida; ela brota mais facilmente onde são promovidas entre os jovens as vocações laicais apostólicas e quando se lhes oferece um testemunho jubiloso e entusiasta da consagração religiosa. O exemplo e a intercessão do Beato Artemide Zatti e de outros venerados Irmãos coadjutores, que despenderam a sua existência pelo Reino de Deus, obtenham também nos dias de hoje para a Família salesiana a dádiva de tais vocações.

6. É de bom grado que aproveito este ensejo para dirigir um agradecimento à Congregação salesiana pelo trabalho de investigação e de formação que ela desempenha na Pontifícia Universidade Salesiana, onde se formaram e foram professores também alguns dos meus actuais mais estreitos e estimados colaboradores. Ela possui uma identidade que lhe advém do carisma de Dom Bosco e oferece a toda a Igreja uma contribuição original e específica. É a única entre as Universidades Pontifícias que dispõe de uma Faculdade de Ciências da Educação e de um Departamento de Pastoral Juvenil e Catequética, coadjuvados pelas contribuições oferecidas por outras Faculdades. Em vista de um estudo que recorra à diversidade das culturas e esteja atento à multiplicidade dos contextos, é para desejar que nela se incremente a presença de docentes provenientes de toda a Congregação. Na emergência educativa que existe em numerosas regiões do mundo, a Igreja tem necessidade do contributo de estudiosos que aprofundem a metodologia dos processos pedagógicos e formativos, a evangelização dos jovens, a sua educação moral, elaborando em conjunto respostas aos desafios da pós-modernidade, da interculturalidade e da comunicação social e, contemporaneamente, procurando ir ao encontro das famílias. O sistema preventivo de Dom Bosco e a tradição educativa salesiana estimolarão certamente a Congregação a propor uma pedagogia cristã actual, inspirada no carisma específico que lhe é próprio. A educação constitui um dos pontos fulcrais da questão antropológica hodierna, para cuja solução a Pontifícia Universidade Salesiana estou certo disto não deixará de oferecer uma preciosa contribuição.

7. Senhor Reitor-Mor, a tarefa que está diante da Congregação salesiana é árdua, mas também exaltante: com efeito, cada um dos membros da vossa grande Família religiosa é chamado a tornar Dom Bosco presente no meio dos jovens do nosso tempo. Em 2015 celebrareis o bicentenário do seu nascimento, e com as opções que fareis neste Capítulo Geral, já dareis início à preparação das celebrações deste importante acontecimento jubilar. Que isto vos sirva de encorajamento para serdes cada vez mais "sinais credíveis do amor de Deus pelos jovens" e para fazer com que os jovens sejam verdadeiramente a esperança da Igreja e da sociedade. A Virgem Maria, que Dom Bosco vos ensinou a invocar como Mãe da Igreja e Auxílio dos Cristãos, vos ajude nos vossos propósitos. "É Ela que faz tudo", repetia Dom Bosco no final da sua vida, referindo-se a Maria. Portanto, Ela continuará a ser a vossa guia e mestra, e ajudar-vos-á a transmitir "o carisma de Dom Bosco". Ela será para a vossa Congregação e para toda a Família salesiana, para os educadores e sobretudo para os jovens, Mãe e Estrela da Esperança. Enquanto chamo a vossa atenção para estas minhas reflexões, renovo-vos a expressão da minha gratidão pelo serviço que prestais à Igreja e, enquanto vos asseguro a minha oração constante, concedo-lhe de coração, Senhor Reitor-Mor, aos participantes na Assembleia capitular e a toda a Família salesiana uma especial Bênção apostólica.

Vaticano, 1 de Março de 2008.

Table of Contents: Albanian :Arabic :Belarusian :Bulgarian :Chinese_Simplified :Chinese_Traditional :Danish :Dutch :English :French :German :Hungarian :Íslenska :Italian :Japanese :Korean :Latvian :Norwegian :Persian :Polish :Portuguese :Romanian :Russian :Spanish :Swedish :Turkish :Ukrainian :